Vista aérea da Amazônia: um fundo natural mostrando uma floresta tropical

Publicado por ICER – Instituto Carbown | Maio de 2025

O Brasil deu um passo estratégico para liderar o mercado de carbono na América Latina. A recente regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), instituída pela Lei nº 15.042/2024, reconhece formalmente os créditos de carbono como valores mobiliários, permitindo sua negociação no mercado financeiro e de capitais. A mudança vem sendo considerada um divisor de águas para investidores institucionais, fundos ESG e agentes de mercado interessados em soluções de descarbonização.

Potencial bilionário e mercado em formação

Estudos de consultorias internacionais estimam que o mercado de carbono brasileiro poderá movimentar entre R$ 100 e R$ 150 bilhões anuais até 2030, à medida que empresas de diversos setores passem a compensar suas emissões com maior transparência, rastreabilidade e obrigações regulatórias.

Apesar de o sistema ainda estar em fase inicial, especialistas avaliam que o Brasil reúne condições únicas: alta disponibilidade de áreas reflorestáveis, uma matriz energética limpa e grande potencial de geração de créditos com integridade climática. Isso posiciona o país como uma potência natural na geração de Carbon Credits certificados internacionalmente.

Investimentos e o papel do setor financeiro

A entrada dos créditos de carbono no arcabouço legal dos valores mobiliários facilita a criação de fundos verdes, derivativos ambientais, debêntures incentivadas e ativos lastreados em carbono, instrumentos que devem dominar a agenda de bancos, gestoras e investidores nos próximos anos.

Entretanto, o mercado ainda aguarda regulamentações específicas para fundos de investimento e seguros ligados à compensação de carbono, dois pilares que podem acelerar o fluxo de capital para projetos socioambientais de alta escala.

Caminho para a maturidade

O grande desafio atual é integrar o mercado voluntário com o regulado, assegurando que ambos compartilhem regras claras, mecanismos de auditoria, e critérios robustos de adicionalidade. Isso evitará a proliferação de projetos de baixo impacto climático e fortalecerá a confiança de compradores e instituições financeiras.

A criação de plataformas confiáveis de rastreamento, como a proposta pelo ICER, também será essencial para garantir transparência e credibilidade na emissão, negociação e aposentadoria dos créditos.

Conclusão: oportunidade histórica para o Brasil

O avanço do SBCE sinaliza ao mundo que o Brasil está pronto para ocupar papel de destaque no cenário climático global. Para investidores e operadores do setor ambiental, o momento é de posicionamento estratégico. Com governança forte, tecnologia e escala, o país pode se tornar líder global em geração e comercialização de créditos de carbono de alto valor socioambiental.


ICER – Instituto Carbown de Energia e Reflorestamento
Apoiando projetos que conectam natureza, economia e futuro sustentável.

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